quinta-feira, 17 de maio de 2012

Por que estamos ao lado da mobilização dos professores?

Salas de aulas lotadas, déficit de professores, professores efetivos contratados como temporários, aumento médio de até 40% do número de horas em salas de aula, escassez de bolsas de pesquisa e extensão, corte de 5 bilhões de reais na Educação nos últimos dois anos. Essa é a realidade que estudantes e professores tem enfrentado no seu dia-a-dia, fruto das diversas políticas de precarização do ensino que o governo federal tem aplicado nas Universidades. Sua expressão é o Reuni que gerou uma expansão sem qualidade, pois vinculou o recebimento de verbas a uma série de metas que aumentam a relação professor-aluno, não garantem o tripé ensino-pesquisa-extensão e aumentaram o número de vagas na Universidade sem garantir, na mesma proporção, infraestrutura e assistência estudantil. Além de não garantir uma educação de qualidade, precarizou o trabalho docente.
A crise econômica e política pela qual o mundo passa abre possibilidades e contradições: de um lado os grandes capitalistas querem fazer com que os trabalhadores paguem por sua crise e de outro os trabalhadores se levantam em todo mundo para questionar o regime político e o sistema.
No Brasil não é diferente. Por isso o governo Dilma cortou 55 bilhões de reais do orçamento em 2012, sendo 1,9 bilhão só da Educação. Enquanto isso, "Cachoeiras" rolam abaixo no Congresso Nacional, levando Demóstenes e outros, e milhões de reais que são desviados pela corrupção. Para os trabalhadores é ajuste e congelamento dos salários.  A saída são as lutas e greves dos trabalhadores para derrotar os projetos do governo.
Ano passado, durante a forte greve dos técnicos-administrativos das Universidades Federais, o governo Dilma fez um acordo de reajuste salarial e reestruturação da carreira docente com o Andes para o início desse ano. Descumpriu o acordo e agora, às vésperas da deflagração da greve dos professores federais, o governo editou a Medida Provisória 568, que concede parte do acordo de 2011 (reajuste de 4%), como forma de desmobilizar os professores.
No entanto, a medida provisória não contempla a principal reivindicação que é a reestruturação da carreira docente. Manteve a proposta de mudança na forma de cálculo dos adicionais de insalubridade e periculosidade que passam a ter valores fixos, em vez da porcentagem como é hoje. E com isso, muitos docentes terão seus vencimentos reduzidos mesmo com a aplicação do reajuste.
Enquanto o Andes e a Fasubra fazem lutas nas Universidades, a direção majoritária da União Nacional dos Estudantes faz jornadas de lutas e caravanas de fachada, que não enfrentam o governo que ano após ano corta verba da Educação. Defendem o Reuni e os demais projetos do governo federal que precarizam a Universidade Pública. Ficam calados diante dos escândalos de corrupção porque sua direção majoritária, o PC do B, compõe o governo e é parte dos esquemas ilícitos, como vimos no Ministério dos Esportes de Orlando Silva. Ano passado ao invés de estarem ao lado da aguerrida greve da Fasubra e da ocupações de reitorias em diversas Universidades, estavam ao lado de Dilma apertando sua mão. Eles estão do lado do governo e não dos estudantes, técnico-administrativos e professores em luta.
Nós do Coletivo Vamos à Luta estamos ao lado do ANDES e sua mobilização, pois entendemos que é fundamental a unidade entre o movimento estudantil e movimento docente para enfrentar o projeto de desmonte da educação pública e o governo Dilma (PT/PMDB). Em cada Universidade, devemos unificar a pauta de reivindicações do movimento estudantil à pauta dos professores e fortalecer a greve em defesa da Universidade Pública, gratuita e de qualidade.
Priscila Guedes
(Discente de História daUNIRIO)
Dir. Universidades Públicas UNE - Oposição de Esquerda
Coletivo estudantil Vamos à Luta
 http://vamosalutanacional.blogspot.com.br/

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