Na noite da ultima quarta feira(18/04/2012) aconteceu no auditório Paulo Freire, no CCH, o debate com o estudante Pablo Guterrez, estudante chileno que a convite do coletivo Vamos à luta veio nos contar seu relato sobre as mobilizações estudantis acontecidas no Chile no ano de 2011, debate esse que também contou a presença do Professor Celso Sanchez, da escola de educação da UNIRIO.
Pablo Iniciou seu relato fazendo uma contextualizarão história do Chile, falou sobre a forte repressão de Pinochet, durante a ditadura chilena, e de como o grupo o qual governou o pais até 2010 chegou ao poder. Segundo Pablo este grupo chamado de “Concertación” durante a luta contra a ditadura tinha um posição mais a esquerda, com falas populares etc., porem após o fim da ditadura, já no poder, tomaram uma posição completamente diferente, com a privatização das matérias primas chilenas (cobre principalmente, que é a base do PIB chileno),a educação saúde etc.
Em 2010 chega o atual presidente, Sebastian Piñera, que ganha as eleições chega ao poder. Piñera faz arte da “Direita” Chilena, e atualmente boa parte dos parlamentares chilenos tem interesses na educação privada, por se tratarem de proprietários ou terem coligações com estas instituições, que vão desde a educação básica ao ensino superior
Um exemplo dado por Pablo de tão absurdo é o estado da educação no Chile é que se você quer ingressar em uma universidade tem que adquirir uma dívida com um banco de aproximadamente 25 à 35 anos, ou se prefere prefére pagar mensalmente o valor de qualquer curso é sempre superior a um salário mínino de um trabalhador.
Por estes e outros motivos os estudantes foram as ruas protestar no ano de 2011, o que não era comum no Chile graças a herança da repressão ditatorial. Segundo ele em um primeiro protesto, sem muita divulgação, se reunirão nas ruas mais de 25 mil estudantes, e este movimento só cresceu, a partir de então foram ocupados colégios, universidades, que eram fortemente desocupadas, mas voltavam a ser ocupadas no dia seguinte. Virou uma tradição o que eles chamaram de dia do “PARO”, que era toda quinta, onde os estudantes paravam todas as atividades dos colégios e universidades de todo o pais, foram formados novas entidades de representação estudantil (DCE's, CA's, DA's) aonde não haviam, e a partir da própria experiência de luta se forjou novos lutadores indignados com a situação de seu pais. A indignação, não só dos estudantes, era tanta que até mesmo uma "revista burguesa", como chamou Pablo, divulgou uma pesquisa onde dizia que a juventude chilena tinha apoio demais de 80% da população do pais. O que culminou com uma manifestação em 26 de agosto onde haviam mais de 1milhão de estudantes nas ruas do Chile, na qual foi assassinado estudante Manuel Gutierrez.
Pablo fez questão de deixar claro também a diferenciação que os estudantes fazem da direção do movimento, representa da por Camila Vallejo que faz parte do PC Chileno. Para os estudantes é imprescindível que a educação seja Pública, gratuita, já a Camilla enfoca diretamente a gratuidade do ensino, e diz que deve se haver um aumento das bolsas do governo para os estudantes. Chegando até mesmo a declarar que a educação pública no Chile é impossível.
Nós do Vamos à Luta temos pelo acordo com Pablo e os estudantes chilenos, a educação pública gratuita e de qualidade imprescindível, e como o próprio Pablo disse em algumas salas que passamos para divulgar o debate: "o problema com a educação parece não ser algo de exclusividade do Chile", e nós vemos grandes semelhanças com o movimento estudantil brasileiro. Como a direção majoritária da UNE, que assim como a Camila Vallejo (que veio ao Brasil ano passado a convite deles), vem abaixando a cabeça para os programas impostos pelo governo, e tem sido chapa branca no movimento estudantil nos últimos anos. Maior ainda é nossa preocupação já que os grupos que compõe a direção da UNE (UJS e Kisomba) hoje também estão na direção do DCE UNRIO, portanto está na hora de mudar e como os indignados chilenos, lutar por uma educação publica gratuita e de qualidade, eporuma direção estudantil que realmente represente o interresedos estudantes, e que não, simplesmente, abaixe a cabeça para tudo o que o governo diz.
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